Cavaco Silva
Pois é, Cavaco Silva é o novo Presidente da República. No fundo era algo que todos já estavamos à espera, à excepção da pequena margem da vitória verificada. Sobre estas eleições, tenho a dizer o seguinte:
1º - Não é que Cavaco Silva me encha as medidas (não me esqueço de alguns episódios onde a sua personalidade egocêntrica falou mais alto do que o País), mas a verdade é que nem Manuel Alegre, e muito menos Mário Soares me pareciam alternativas credíveis. Por isso, votei como sempre até agora em presidenciais: em branco.
2º - Curioso como durante toda a campanha ouvimos sempre o mesmo objectivo dos candidatos de esquerda: derrotar Cavaco Silva. Nisso valha a inteligência do futuro Presidente: falou sempre em vencer de forma a ajudar Portugal. Como é que algum candidato que se preze pode falar em derrotar a direita, e aspirar a ser presidente de um País que, como se comprova, ainda se identifica muito com a direita. Pior que isso, a esquerda que tanto põe o nome de Portugal à frente de tudo, foi incapaz de abdicar das suas mesquinhices partidárias (ao contrário do exemplo do PP, que com qualquer candidato retiraria a vitória a Cavaco Silva) e apresentar um projecto comum, e sólido ao País. Por isso mesmo pagou Mário Soares (e pela arrogância), e Louçã (sim Chico, podia não parecer pelo teu discurso, mas ficaste em 5º, com 5,3%), aproveitaram-se Alegre e o fenómeno Jerónimo.
3º - Ainda alguém me podia explicar o facto de um candidato que representa 0,4% do eleitorado, merece tanto tempo de antena na comunicação social. É certo que o homem diz que tem pouco, mas cada coisa no seu lugar, e na sua devida proporção.