277 || Coisas da Bola

200 Os assuntos da bola são sempre delicados. Principalmente quando há noites como estas, onde aparecem uns gajos grandes e nada toscos em nossa casa e dão-nos uma mão-cheia de golos. Solidário com os meus amigos e colegas sportinguistas, tentei ser delicado ao abordar o assunto. “Epah, aquilo ontem não correu nada bem pois não?”. O problema é que do outro lado a azia acumulada não permite uma resposta tão politicamente correcta quanto a pergunta. “Ao menos estamos na Liga dos Campeões. Já vocês nem isso”. O “vocês” destina-se à minha costela benfiquista. Ainda penso em responder, mas em sinal de respeito concordo, retiro-me embora não deixe de pensar: “Que raio, se é para isto mais vale realmente nem andar por lá”. E estou bem à vontade para o dizer, não tivesse sido eu um dos 10 mil benfiquistas na célebre noite de Vigo…

276 || Séc. XXI

Excerto de uma conversa imaginária:

- Olá. Adicionei ao Hi5.

- Não vi. Costumo estar mais atento ao LinkedIn.

- Pois, eu avisei-te mas estavas offline no MSN.

- Epah ias ao Google Talk!

- Ainda fui ao Twitter mais não tinhas nenhum update.

- Estava a postar no live writer.

- Só vi depois no Google Reader.

- Abraço.

- Outro.

275 || Preocupante

Muito preocupante…

274 || As Oportunidades da Crise

 

Publicado hoje no Suplemento de Economia do Diário de Aveiro

 

A crise está aí, e é uma realidade indesmentível. Todos sabemos que a economia se desenvolve por ciclos, sendo que a grande dificuldade consiste em saber ao certo onde acaba a “tempestade” e onde se inicia a “bonança”.

Numa altura em que muitas empresas lutam pela sua sobrevivência, esta pode ser uma boa altura para se repensar nas opções estratégicas seguidas, e em quais os melhores modelos de gestão que permitam encarar o futuro com o optimismo desejável. O dia-a-dia das administrações das empresas tem vindo a ser preenchido cada vez mais por actividades de carácter operacional, ao invés de actividades de gestão na verdadeira acepção da palavra. As dificuldades de tesouraria, a cobrança de créditos, a pressão para pagamento a funcionários e fornecedores e até o envolvimento nas actividades de carácter comercial levam muitas vezes ao descurar da realidade interna das próprias empresas, em particular dos recursos humanos que a constituem. Fará sentido este olhar de uma forma permanente para o exterior sem que a nossa casa esteja devidamente organizada e preparada para os desafios que vão surgindo? Creio bem que não.

O momento conturbado em que vivemos, pode e deve permitir uma reflexão interna sobre o rumo de cada organização. Nas alturas de maior fulgor económico acreditamos que tudo está bem e concentramo-nos quase exclusivamente em dar resposta às necessidades dos clientes. Satisfazer o mercado é a base do sucesso. São no entanto estas alturas, onde as vendas diminuem, onde a necessidade de recurso ao crédito aumenta e onde são colocados em causa postos de trabalho que nos levam a perguntar o que podemos fazer para melhorar a situação. Um facto é inegável: a razão de ser de qualquer empresa começa no mercado e termina no mercado. O meu produto/serviço continua a ter procura? Sou capaz de o produzir e colocar no mercado a um preço competitivo? Se a estas questões a resposta for positiva, então podemos dizer que os factores de sucesso residem dentro da própria empresa.

Assim sendo, custa a perceber como nos dias que correm continua a existir tanta miopia na gestão de recursos humanos das empresas. As empresas pioneiras à escala mundial têm na gestão de recursos humanos um departamento tão importante como uma direcção financeira. Nos casos de PME’s nem é preciso ter um departamento específico com essas funções: basta um pouco de bom senso. São contratadas pessoas com competências para o exercício das funções? Dou formação complementar para dar as ferramentas necessárias ao desenvolvimento de um trabalho eficaz? Tenho um mecanismo que me permite avaliar a prestação dos meus colaboradores? Sei recompensar as melhores performances como forma de estimular os desempenhos de excelência? São questões tão simples como estas que podem determinar o sucesso ou o fracasso de cada organização. Numa altura em que as empresas se confrontam com tantas dificuldades, esta poderá ser a oportunidade ideal para ajustar a dimensão da empresa à realidade ditada pelo mercado, melhorar os seus processos internos, apostar na qualificação e certificação dos recursos humanos, reconhecer e premiar os melhores desempenhos. Estes passos não vão seguramente fazer desaparecer a crise, mas vão alinhar cada empresa na linha de partida para um novo ciclo que, esperamos nós, se inicie o mais rapidamente possível.