Afinal o nosso mercado existe!
Confirma-se. Para além dos típicos mercados como o tão conhecido mercado do bulhão, parece que em Portugal também há um mercado financeiro. Belmiro de Azevedo lança uma OPA apelidada de hostil sobre a PT. Reage o BES que, segundo consta, prepara uma contra-OPA. Independentemente dos aspectos técnicos da operação (valor de compra, abolição da golden-share do governo, eventual posição anti-concorrencial no sector das telecomunicações móveis), esta é uma excelente notícia. É sinal que há alguém que quer investir no nosso país em dimensões que estamos pouco habituados.
Como seria de esperar, o Bloco de Esquerda reage de imediato contestando a operação. Em primeiro lugar, julgo que um partido político que se digne deve estar calado, seja ele a favor ou contra a operação. Vivemos numa economia onde os agentes económicos actuam livremente, e não segundo algum tipo de orientação política (chama-se economia de mercado senhor Louçã). Quem deve, e tem obrigação de se pronunciar, são os organismos com algum voto efectivo na matéria, como a alta autoridade para a concorrência, a administração da PT, os accionistas e, depois sim, o poder político.
Apesar de tudo, saúdo a iniciativa de alguém que através do seu trabalho, assumindo o risco natural de investimento numa economia tradicionalmente pouco dinâmica, criou o monstro que é hoje a SONAE. Pelo contrário, assistimos a pessoas que duvido que tenham feito algo mais que se sustentarem (viva a esquerda de barriga cheia) com a presunção de ter alguma espécie de moralidade para interferir no negócio.
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