A CGTP teve hoje o seu dia. Podemos colocar no calendário, com perfeita segurança como a Páscoa ou Natal, que quando é apresentado o Orçamento de Estado, a CGTP convoca uma greve. Porquê? Duvido que alguém saiba, a começar pelos próprios grevistas. Eu pelo menos já nem quero saber.
Já aqui escrevi anteriormente que vivemos numa época onde uma greve é algo de absolutamente banal. Esse "mérito" deve ser dado aos sindicatos. Sou absolutamente a favor da greve, quando justificada. Uma greve séria, onde se mobilize verdadeiramente a população (e temos em Portugal alguns casos que o justificariam) é uma arma fortíssima que graças aos sindicatos as sociedades têm vindo a perder. Depois, a habitual palhaçada: a guerra de números. Por um lado, o Estado a minimizar os naturais constrangimentos provocados, por outro, os sindicatos a gabarem-se de terem parado o país, sem que ninguém tenha reparado.
Por fim há outra coisa que me interrogo: se os sindicatos consideram que são as suas políticas que vão desenvolver o páis, porque é que não deixam de ser sindicatos e passam a criar uma força política? É muito fácil ser-se eternamente oposição, porque sabemos que nunca vamos ter a responsabilidade de decidir alguma coisa. Se a base de apoio dos principais sindicatos é assim tão grande como a sua propaganda o faz querer, porque não apresentam um programa de governo, sujeito a sugráfio e capaz de provar ao país que as suas políticas são as correctas. Será assim tão difícil?
173 || Sai mais uma greve?
Publicada por
Francisco Dias
on 10/18/2007
Etiquetas:
Política,
sindicatos
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