A favor da flexibilidade
Portugal é o país da OCDE com o mercado de trabalho menos flexível. Será isto bom? Mau? Tem alguma importância? Bom, vamos por partes. O que se entende por flexibilidade no trabalho? Um país com um mercado de trabalho flexível, permite que, havendo uma região ou sector económico com excesso de trabalhadores, e outra região ou sector com escassez, os trabalhadores possam facilmente deslocar-se no sentido de colmatar esta escassez. Ou seja, Portugal é um país onde isto acontece com muita dificuldade, constituindo um entrave ao aumento da nossa riqueza. Porque é que isto acontece? Por uma série de razões. Em primeiro lugar porque grande parte da nossa força de trabalho tem alguma dificuldade em aceitar a mudança. Estamos a falar de pessoas com pouca formação, onde muitas desempenham uma tarefa durante uma vida (e não é de menosprezar esse trabalho), e por conseguinte, opõem-se naturalmente à mudança.
A segunda explicação para a falta de flexibilidade, está no peso da nossa legislação no sector económico. Se na primeira razão podemos compreender a dificuldade de alguma pessoas aceitarem a mudança, este segundo caso é inaceitável. Portugal não pode ter legislação que em última análise atrase o seu proprio desenvolvimento. E que tipo de legislação é esta? É a legislação que permite que trabalhadores fraudulentos apresentem baixa durante meses, que permite que trabalhadores malandros absorvam recursos de uma empresa, não contribuindo em nada para o seu desenvolvimento etc...
Se é certo e justo que exista uma legislação que garanta os direitos fundamentais de quem quer trabalhar, esta legislação não pode ser de almofada para malandros. E não são poucos em Portugal. Resultado: temos muita gente com emprego que não quer trabalhar, e muita gente desempregada que gostaria de trabalhar.
É fantastico ver as pessoas pedirem aumentos salariais de 5%. E até o poderiam ter. Infelizmente, a não produtividade de alguns impede que Portugal cresca a um ritmo que permita tais aumentos. Infelizmente também tivemos um Governo que "assaltou" as nossas finanças e que fugiu. O que está la agora, vê-se na necessidade de cortar nos gastos a arrumar a casa. Mas como isto é um trabalho impopular, sabe-se lá se quando a casa ja estiver limpa, não voltem para lá aqueles que a "sujaram".
O que vale é que temos 10 estádios novos para a nossa Superliga, que como se viu no fim-de-semana passado em Guimarães são muito valorizados. Os sócios do Guimarães até tiveram o trabalho de mostrar ao árbitro e ao país, que as cadeiras onde estavam sentados eram desconfortáveis - só vejo essa razão num país desenvolvido para se arremessar uma cadeira para dentro do campo. Ou será que o erro é no adjectivo do país?
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