159 || O reino encarnado

A nação benfiquista é única. Claro que todos os adeptos dizem o mesmo, mas consigo vislumbrar qualquer coisa de diferente no reino encarnado.

Tudo isto por causa do recente despedimento de Fernando Santos. Era evidente o divórcio entre adeptos e treinador. Diria que desde o primeiro dia. Após um empate na estreia com o Leixões, eis a notícia pelo qual todos os adeptos ansiavam: José António Camacho é o novo treinador do Benfica. Cerca de 4 mil adeptos (!) acorrem ao centro de estágios no Seixal para ver o primeiro treino da nova era.

Curioso como poucos questionam a forma como o clube tem vindo a ser gerido (desportivamente falando). Numa equipa altamente profissional, não se compreende como um treinador é despedido após uma jornada do campeonato. Das duas uma: ou o presidente confia no treinador e na equipa que lhe deu, ou se não confia procura alguém no ínicio para a nova época. Acredito que Camacho possa ser um nome mais indicado que Fernando Santos, mas desconfio cada vez mais das aptências do presidente do Benfica para gerir o seu futuro desportivo.

Mais interessante ainda, foi a esclarecedora entrevista de Fernando Santos à RTP. Ficámos a saber, por exemplo, que Di Maria e Freddy Adu foram contratados porque o treinador decidiu ficar de madrugada a ver uns jogos do mundial de Sub-20 e, por acaso, gostou dos jogadores. Ou que Simão foi vendido sem haver uma única alternativa prevista. Se isto não é amadorismo, pouco parece.