273 || Segue-se a Ecco…
No seguimento do post anterior, eis nova notícia no mesmo sentido. Apenas com uma importante diferença: a aposta no centro de I&D. Ou seja, as unidades vocacionadas para a produção em série têm os dias contados, mas abre-se uma janela de oportunidade para os pólos de desenvolvimento, onde aí sim, somos competitivos. Um quadro especializado é mais barato em Portugal do que na Suécia ou no Reino Unido. Aposte-se pois na formação de qualidade.
272 || Philips deixa Ovar
A Philips anunciou a sua saída de Portugal consumada com o encerramento da unidade fabril em Ovar, que será transferida para a China. Tratam-se de más notícias para o país, em particular para os níveis de desemprego que tendem a subir para valores deveras preocupantes. Infelizmente receio que esta seja uma vaga que esteja apenas no seu início. Li a notícia na edição de hoje do Diário de Aveiro, que juntava a já tradicional posição do PCP que aproveita como ninguém estas alturas para fazer a sua política. Das duas observações que eram feitas, uma mostra-se completamente ridícula, enquanto outra tem a sua razão de ser. Em primeiro lugar, o PCP não percebe porque uma unidade fabril encerra quando supostamente (ainda) não dá prejuízo. Como se uma empresa precisasse de esperar por resultados negativos para, depois sim, poder tomar uma decisão deste tipo. Naturalmente que num mundo altamente concorrencial as empresas são obrigadas a analisar as suas posições antes que seja tarde demais. Por isso mesmo a Philips opta por um país que oferece mão-de-obra muito mais barata, mais acesso a tecnologia, eventuais cargas fiscais mais reduzidas (desconheço o sistema fiscal Chinês pelo que se trata de uma especulação) podendo portanto optimizar o seu processo produtivo, oferecendo um produto a um preço final mais competitivo. Esta realidade o PCP ainda não percebeu.
Por outro lado, o PCP toca num aspecto interessante, que é a análise aos benefícios que são dados para as empresas se virem instalar no nosso país. Tem até aqui existido um mito que consiste num eventual poder que se atribui aos governos em influenciar as decisões sobre os países onde as empresas se vão fixar. Trata-se de algo que não corresponde à realidade. As empresas fixam-se em função das suas estratégias e do contributo que o país pode dar à empresa, e só em opções muito similares os governos poderão ter algum poder em captar os investimentos. Por exemplo, analisando o caso da Philips, e sendo o seu objectivo a redução dos seus custos de produção, por muito que qualquer governo queira é impossível oferecer melhores condições do que aquelas que são oferecidas pelo mercado chinês. Podemos sim trabalhar nos aspectos estruturais da nossa economia como sejam a qualificação da mão-de-obra, a eficiência do sistema de justiça ou a redução de megalómano peso do Estado na nossa economia. Aí sim teremos reais condições para captar o investimento que realmente nos interessa. Até lá, tratam-se de números de ilusionismo.
270 || Quase um Mês sem postar…
Mas muito para dizer. Para breve.